ENTRE OS 6,5 E OS 10 ANOS, SOMOS LOBINHOS
Aprendemos muito sobre a vida em meio à natureza, a viver em grupo e desenvolvemos nossa liderança. “O livro da Jângal”, que retrata as aventuras de Mowgli, o menino lobo, é o que inspira a organização do Ramo Lobinho – juntos, formamos uma alcateia, que é dividida em pequenos grupos chamados matilhas.
Cada matilha tem de quatro a seis lobinhos, entre meninos e meninas, e esse grupo nos acompanha durante todo o período em que ficamos nesse Ramo.
Com esses amigos, fazemos jogos, brincadeiras, vivemos aventuras, aprendemos sobre a importância da boa ação diária e ainda somos incentivados a fazer sempre o nosso Melhor Possível; esse inclusive é o nosso lema.
Antes que possamos completar 11 anos, somos encaminhados para o Ramo Escoteiro. Nesse período, é feita uma Cerimônia de Passagem para que possamos nos despedir da alcatéia.
O GRITO DA ALCATÉIA JABUTI
“Da Jangal, Distante, Atentos e velozes.
Lobinhos Jabuti, Somos nós!
Nós somos, Lobinhos Jabuti,
Felizes, Alegres e prontos pra servir!
Melhor Possível,
Melhor Possível,
Melhor Possível!!!”
A PROMESSA DO LOBINHO
Prometo fazer o melhor possível para:
Cumprir meus deveres
para com Deus e minha Pátria;
Obedecer à Lei do Lobinho e
fazer todos os dias uma boa ação.
A LEI DO LOBINHO
I– O Lobinho ouve sempre os Velhos Lobos.
II– O Lobinho pensa primeiro nos outros.
III– O Lobinho abre os olhos e os ouvidos.
IV– O Lobinho é limpo e está sempre alegre.
V– O Lobinho diz sempre a verdade.
O LEMA DO LOBINHO
MELHOR POSSÍVEL!
A BANDEIRA DA ALCATÉIA
A HISTÓRIA DE MOWGLI (resumo)
Era uma vez, nos confins da Índia, um enorme tigre que uivava pela Jângal em procura de alimento.
O acaso o levou a um lugar onde um lenhador e sua família estavam acampados; pensou que seria uma sorte grande pegar um homem adormecido, ou melhor, uma criança rechonchuda para o seu jantar.
Apesar de ser um animal grande e forte não era muito corajoso e, por isso, receava encontrar-se num campo aberto com algum homem armado.
Assim, rastejou bem próximo à fogueira do acampamento, mas sem tirar os olhos de sua presa; avançando de gatinhas, não olhou cuidadosamente para o lugar em que estava pondo a sua pata e pisou sobre algumas brasas.
A dor fez-lhe dar tal urro que despertou os acampadores e o obrigou a bater em retirada, capengando e faminto.
Uma criancinha correu mato adentro para se esconder e ali encontrou um grande Lobo cinzento.
Porém o Lobo animal bom e bravo, vendo que a criancinha não lhe tinha o menor receio, abocanhou-a cuidadosamente, como um cão faz com os filhotes, e levou-a para a sua caverna situada nas proximidades.
Lá, a Mãe Loba tomou a criança sob seus cuidados e concedeu-lhe lugar no meio de sua família de Lobinhos.
Pouco tempo depois, Tabaqui, o chacal, aproximou-se do tigre, cujo nome era Shere Khan e disse-lhe: – “Senhor Tigre, eu sei para onde foi aquele menino.
Se quiser matá-lo, bem poderia o Senhor dar-me um bom pedaço para eu comer, como recompensa por lhe ter indicado onde encontrá-lo. Está naquela pequena caverna sob o rochedo”.
O chacal é um bicho sórdido e desprezível que deixa aos outros animais os trabalhos de perseguir e abater a caça, enquanto ele fica vadiando por perto, pegando as sobras.
Shere Khan dirigiu-se, então para a entrada da caverna e meteu a cabeça, porém, porque a abertura era pequena demais, não pode passar o corpo.
O Lobo cinzento que estava lá dentro, percebendo isto, desafiou-o, dizendo que fosse embora caçar e não tentasse roubar o que ou outros tinham capturado; disse ainda que não violasse a Lei da Jângal, que proíbe terminantemente, a qualquer animal, a morte dos seres humanos, pois isto causaria a vinda de maior numero de homens ao lugar para caçarem o assassino, trazendo transtornos para todos os animais daquela Jângal.
Shere Khan, rugindo de cólera, procurou amedrontar o Lobo, fazendo-lhe terríveis ameaças, quando a Mãe Loba, repentinamente, resolveu intervir na discussão, aconselhando-o a seguir seu caminho e cuidar dos seus negócios; que ela iria cuidar do menino e que este algum dia, crescendo, mataria Shere Khan, se ele não tomasse cuidado.
Deste modo, o menino ficou com os Lobos e cresceu com eles como um da mesma família. Os Lobos o apelidaram Mowgli e lhe ensinaram todos os truques da Jângal, o modo de correr, procurar caça e apanha-la.
Foi assim que se tornou forte e corajoso. Os Lobos levaram-no a tomar parte nas reuniões do Conselho da Alcatéia de todos os Lobos que era realizada junto a uma certa rocha.
Como Lobinho ele tinha muito a aprender.
As primeiras lições são para fazê-lo rápido e ativo. Para isso, permitem-lhe caçar gafanhotos – saltar e abocanhar, ou correr ziguezagueando e deitar as garras sobre a sua presa.
Nessa época não lhe dão quaisquer alimentos, demonstrando-lhe, assim, que se quiser comer, deve ir caçar para si mesmo.
O Lobinho tenta seus botes e rápidas investidas com os pássaros, mas sem demora se convence que estes não valem a pena.
Para matar a caça, é preciso rastejar, agachar-se, tocaiar e ficar a espera. Se não aprender muito bem toda essa técnica, morrerá de fome. Seu jantar depende única mente de si.
O mesmo acontece com o menino que deseja ser Lobinho. Antes de tudo, ele deve aprender com os Lobinhos mais velhos, que queiram lhe ensinar, todos os deveres e artimanhas do Escotismo.
Deve se tornar ativo e forte pelos jogos e exercícios. Deve também abrir o seu próprio caminho na vida; porém os jogos, para isto, não são suficientes.
Se desejar obter sucesso, deve avançar cuidadosamente, aprendendo tudo que for útil, tudo que possa ajuda-lo em qualquer profissão que venha a seguir.
Seu sucesso dependera de si mesmo, e não de seus pais e mestres.
Portanto, tome a resolução de ser como o verdadeiro Lobinho, e conquiste o sucesso com seus próprios esforços. Mais tarde, quando ele for um Lobinho aprenderá o que deve fazer, como adulto, para vencer na vida.