TUDO COMEÇOU EM 12 de OUTUBRO DE 1988…
…quando o Santoro, preocupado com o crescente número de crianças do G. E. Paineiras, sugeriu que fosse aberto um novo grupo. Os Chefes presentes, Nilza, Elio, Fugimoto e o Chefe Chê, na época membros integrantes do Grupo Escoteiro Paineiras, apoiaram prontamente e reuniram-se com alguns pais, sob a copa das árvores da Cidade Universitária para combinar a fundação do novo Grupo Escoteiro.
Pretendiam continuar a exercer o ideal do Escotismo numa nova comunidade. O Fugi disse:
– “Nosso grupo podia ser pequeno, crescendo devagar e para sempre”.
– “Então eu já tenho o nome. Deve chamar-se Jabuti”, falou o Elio.
Na verdade, a maioria já pertencia ao movimento e/ou exercia atividades escoteiras, porém, acreditavam que poderiam fazer muito mais numa estrutura menor, assumindo, assim, maiores responsabilidades organizacionais. Fizeram um reunião preliminar na casa da Rosana Mattei e a seguir, procuraram, o então Comissário Distrital do Butantã, Antônio Ierardi, seguindo o processo para conseguir aprovação da U.E.B..
O NOVO GRUPO
Pouco-a-pouco foram sendo vencidas as etapas, tomando-se todas as providências necessárias para a abertura de um Grupo Escoteiro, que se estruturou para realizar a co-educação nas 4 seções oficiais (mais uma extra-oficial: Colônia de Castores), procurando-se, assim, imprimir qualidade ao que estava sendo formado, tanto nos quesitos materiais e estruturais, como também, e principalmente, nos recursos humanos.
A sede do novo Grupo foi acolhida pelo Regimento da Polícia Montada 9 de Julho, sito à Rua Barroso Neto, 60, Butantã, São Paulo, SP.
Os Pais deram todos os subsídios na organização e formaram a 1ª Comissão Executiva do Grupo: Robert Hemerlrijk, Raul Chede, Nilza Helena Roquette Ferreira, Shiguenobu Fugimoto, Irapuã Carreira, Eni Carreira, Cristina Ramalho, Lourdes Nardini e Matheus Tamaki.
Além disso, os pais assumiram a supervisão e auxílio na condução dos trabalhos do Grupo, formando o Conselho de Pais do Grupo, presidido por: Victor Santoro e Paulo Gaspar.
Os Chefes (já experientes) ficaram responsáveis pela parte técnica do Escotismo: Fernando Roquette – Tropa Sênior; Nilza Helena Roquette Ferreira – Tropa Guia; Chê – Tropa Escoteira Masculina; Marta Hemelrijk – Tropa Escoteira Feminina; Rosana Mattei – Alcatéia; Carmen Lemos – Colônia.
O DIA 05 DE NOVEMBRO DE 1988
Portanto, em 05 de Novembro de 1988, foi fundado, na Cidade de São Paulo, um novo Grupo Escoteiro que prometia seguir os ditames de nosso grande mestre Baden Powell.
Como podemos observar, o G. E. “Jabuti” já surgiu com um conjunto de adultos preparados e preocupados com a formação de jovens, mas, mais do que isso, o “Jabuti” nasceu com jovens e crianças amantes dos ideais escoteiros.
Para mostrar a sua força e capacidade organizacional, com menos de um mês de idade, o G.E. “Jabuti” realizou seu primeiro acampamento de grupo na Barragem de Jundiaí, contando com as seções: Colônia, Alcatéia, Tropa Escoteira Masculina, Tropa Escoteira Feminina, Tropa Sênior e Tropa Guia, com cerca de 45 membros entre jovens e adultos.
“dados retirados do livro de Atas da Comissão Executiva do G. E. Jabuti”
MUITAS COISAS SE PASSARAM DESDE ENTÃO
Foram coisas boas e coisas ruins como em qualquer comunidade. Vamos primeiro relembrar as coisas ruins, pois estas foram superadas com grande FÉ, FORÇA e CORAGEM.
Após 10 meses de estadia na cavalaria, em julho de 1989, fomos surpreendidos por um telefonema da Nilza, então Chefe de Grupo, que nos convocou para fazermos uma mudança. Era a primeira “ação de despejo” que sofreríamos ao longo desses 10 anos de existência (num total de 5, quer dizer, uma a cada 2 anos) 30 anos de existência (num total de 10). A Polícia Montada não poderia mais nos acolher, pois precisava desse espaço para os cavalos. Fomos então acomodados no 16º Batalhão da Polícia Militar, sito à Avenida Corifeu de Azevedo Marques, 4082 – Rio Pequeno – SP. De lá para cá, várias outras mudanças se procederam.
Como diz a Lei de Murphy: “se um evento tem possibilidade de ocorrer uma vez, é certo que ele ocorrerá de novo”. Portanto, é fácil de imaginar que precisamos sair da sede central do 16º Batalhão muitas outras vezes, sendo que, já aos 2 anos e meio, ficamos sem teto por 4 meses (entre junho a outubro de 1991), período que realizamos nossas atividades no prédio da Geografia da USP, na Cidade Universitária.
Após negociações, a direção do 16º Batalhão, acomodou-nos, provisoriamente, num barracão abandonado nas dependências da Escola de Soldado, anexa ao 16º Batalhão. Nesse espaço, ficamos por cerca de 2 anos e meio.
A Polícia Militar tinha outros destinos aos espaços cedidos à nós, e por isso, por mais duas vezes tivemos que colocar nossas “mochilas” nas costas e nos transferir para outras salas ou barracões, sempre dentro das dependências do 16º Batalhão (entenda-se que o jabuti é um animal que carrega a casa nas próprias costas) ou da Escola de Soldados.
“AGORA, ACABOU! VAMOS AVISAR AS CRIANÇAS QUE O GRUPO FECHOU!”
Não bastasse a necessidade de manobras militares forçando o remanejamento da sede, ainda sofremos diversas outras adversidades. Numa mega cidade como esta, aonde as margens dos rios são endireitadas, os lagos represados e as águas das chuvas canalizadas, em março de 1992, fomos surpreendidos pela revolta da mãe natureza, cujas “águas de março fechando o verão” como “promessa de vida no teu coração” (como diria o poeta), invadiram nossa sede e levaram tudo – TUDO – o que tínhamos. Lá se foram: a papelada, os registros, as barracas, as panelas, enfim TUDO flutuando enchente a baixo. Foi um verdadeiro desastre.
Naquele tempo, quando Midory e eu chegamos à sede, a única coisa que tínhamos disposição e vontade de fazer era chorar. Houve uma verdadeira rede de telefonemas se intercomunicando. Todos os chefes que atenderam ao chamado de SOS, ao chegarem ao local, ficavam desconsolados, desacorçoados. Tudo o que se pensava e a frase que mais se ouvia era: “Agora, acabou! Vamos avisar as crianças que o Grupo fechou!”
Foi um desses momentos de grande comoção que percebemos o real significado de grupo, de fraternidade, de Fé, Força e Coragem.
Arregaçamos as mangas, e passamos diversos fins-de-semana lavando, limpando, removendo lama e lodo, resgatando o pouco que sobrara de nossas memórias. Após cerca de 1 mês, retornamos a todo vapor às atividades. O grupo havia sido salvo de seu primeiro naufrágio.
Apesar das obras no córrego, em 1994, de novo entre fevereiro, março e a abril, quando já ocupávamos o depósito ao lado do anfiteatro, sofremos mais 3 enchentes seguidas, não tão graves quanto a primeira (só cerca de 1m e meio de altura) porém, quase tão trabalhosa quanto. Mais uma vez perdemos nossos registros, papelada, livros, material de acampamento, etc.
Em 1996, fomos, novamente, deslocados nas dependências da Escola de Soldados, deixando o depósito e ocupando duas salas ao lado do antigo galpão. Desta vez, sem enchentes.
GESTÕES
Quando vamos a uma peça de teatro, assistimos televisão ou compramos alguma coisa, entramos em contato com um produto já acabado, com a coisa já pronta. Bem sabemos que, para usufruir desse mundo já pronto, foi necessário que alguém o fizesse os preparativos para a sua existência, criasse toda sua diversidade, fosse capaz de torná-lo realizável e que, além de tudo isso, tomasse conta dele para que tudo desse certo. Também é assim no Grupo Escoteiro.
Quando uma chefia administrativa assume um Grupo Escoteiro ela responde pela sua gestão, porém, se não fosse seus colaboradores “anônimos”, nada aconteceria.
Abaixo podemos tomar conhecimento das pessoas que oficialmente responderam pelo funcionamento do grupo, mas gostaríamos de deixar nossos agradecimentos sincero a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a grandeza do “Jabuti”.
PERÍODO DE 1988 ATÉ 1994
Período | nov88~nov90 | nov90~nov92 | nov92~nov94 |
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Presidente do Conselho de Grupo | Victor Paulo Santoro | Antônio Augusto Ramalho & Victor Paulo Santoro | Victor Paulo Santoro |
Diretor Presidente | Robert Hemelrijk | Raul Sabbaga Chede | Antônio Carlos O. Barroso |
Diretor Financeiro | Augusto de Abreu Filho & Irapuã Carreira | Irapuã Carreira | Eni Feliciano Carreira |
Diretor Administrativo | Reinaldo Mattei & Maria Cristina D. Ramalho | Milton Azambuja | Reinera Winters Costa & Mariluce Melo Machado |
Chefe de Grupo | Nilza Helena R. Ferreira | Nilza Helena R. Ferreira & Luiz Adão Perna & Carmen Ligia Nobre Lemos | Carmen Ligia Nobre Lemos |
Presidente do Conselho Fiscal | Matheus Yuiti Tamaki | Matheus Yuiti Tamaki | Percival Piza de T. e Silva |
A PARTIR DE 1994
Em 1994 houve a mudança dos Estatutos da U. E. B., que foram adotadas na eleição do mesmo ano pelo nosso Grupo Escoteiro, alterando-se, assim, a organização administrativa do grupo.
Período | Diretor Presidente | Diretor Administrativo | Diretor Financeiro |
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nov94~fev97 | Raul Sabbaga Chede | Mariluce Melo Machado | Cecília Chede |
fev97~out98 | Wallace Newton Scott Jr. | Maria Graciela Matos | Mariluce Melo Machado |
out98~fev01 | Maria Toshiko Yamawaki | Filomena Devechi | Irapuã Carreira |
DIRETOR TÉCNICO
A partir de 2001, o Grupo Escoteiro Jabuti começou a adotar nas gestões a figura do Diretor Técnico.
Período | Diretor Presidente | Diretor Administrativo | Diretor Financeiro | Diretor Técnico / Métodos Educativos |
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fev01~fev03 | Irapuã Carreira | Roseli Estevan Silva | Jorge Alberto Martins | Maria Toshiko Yamawaki |
fev03~nov05 | Carlos Eduardo Duenas | Roseli Estevan Silva | Elisabete Maria A. de Oliveira | Sess Sato |
nov05~nov07 | Otávio Kiyoshi Hasegawa | Milton Pereira Arruda | João Luiz da Silva | Sess Sato |
nov07~nov09 | Otávio Kiyoshi Hasegawa | Vera Bueno Martins Hasegawa | João Luiz da Silva | Sess Sato |
nov09~nov11 | João Luiz da Silva | Vera Bueno Martins Hasegawa | Ricardo Viduedo Raymundo | Sess Sato |
nov11~nov13 | Otávio Kiyoshi Hasegawa | Vera Bueno Martins Hasegawa | Carla Bonilha | Sess Sato |
nov13~dez15 | Maria Toshiko Yamawaki | Otávio Kiyoshi Hasegawa | Vera Bueno Martins Hasegawa | Maria Toshiko Yamawaki |
jan16~dez17 | Jorge Luis Cardouzo | Marta Bastos / Edilson Sanshiro Hashimoto | Fernando José Custódio | Sess Sato |
jan18~dez19 | Jorge Luis Cardouzo | Edilson Sanshiro Hashimoto | Fernando José Custódio | Sess Sato |
jan20~dez21 | Patrícia Emi Yoshida | Suslei Bonilha Tufaniuk | Edilson Sanshiro Hashimoto | Sess Sato |
jan22~dez23 | Patrícia Emi Yoshida | Suslei Bonilha Tufaniuk | Edilson Sanshiro Hashimoto | Sess Sato |
GRATO, GRATO, GRATÍSSIMO!
Nosso “GRATO, GRATO GRATÍSSIMO” a todos os pais e chefes “anônimos”, cujos nomes não se encontram aqui registrados, mas que, certamente, foram essenciais à realização de nosso trabalho!!
Anrê! Anrê! Anrê! Pró Brasil! Miracatu!
Este grito é uma homenagem para todos os adultos voluntários que dedicaram o seu tempo para “fazer a diferença” na nossa Colônia, Alcatéias, Tropas e Clã.